Função visual e postura

Função visual e postura
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Teresinha F.de Almeida Prado

 

 

A função visual e a postura apresentam uma inseparável relação no desenvolvimento neuromotor. Essa interação inicia precocemente, quando o bebê começa a elevar a cabeça da superfície de apoio, recebendo as impressões visuais provindas do meio ambiente.

A habilidade de abduzir os olhos emerge assim que o bebê começa a trabalhar o controle extensor em prono ativando os extensores de pescoço, tronco e extremidades superiores. Enquanto a convergência visual, resulta do balance entre a flexão e a extensão do tronco dentro do alinhamento biomecânico. Inicialmente, o sistema visual irá liderar o movimento. A constante mudança na posição da cabeça no espaço, ativa o sistema sensorial, possibilitando uma variedade de experiencias visuais, as quais irão se integrar com o estímulo tátil, proprioceptivo e vestibular.

O sistema vestibular inicia sua atuação, aumentando a coordenação da posição da cabeça, dentro de várias posições no espaço. A coluna cervical, que contém importantes quantidades de receptores sensoriais, irá favorecer a estabilidade da cabeça no espaço, permitindo os movimentos refinados dos olhos, apesar das respostas motoras do tronco que se adaptam as mudanças do centro de massa sobre a base de suporte.

Os movimentos dos olhos, são dependentes da estabilidade e da mobilidade da cabeça. Os componentes de movimentos integrados de rotação, flexão e extensão da cabeça, irão possibilitar a localização, fixação, seguimento e alternância visual nos planos horizontal e vertical.

A visão e a postura orientam a cabeça e tronco dentro do alinhamento postural, influenciando na estabilidade do campo visual para uma fixação visual estável. O centro de massa em relação a cabeça e tronco, dentro da base de suporte também serão estabilizados. O alinhamento biomecânico da cabeça promove a fixação binocular, que por sua vez trabalha em sinergia com os movimentos de convergência visual, juntamente com a contração concêntrica da musculatura flexora do pescoço, gerando a percepção de profundidade visual. Assim, podemos concluir que, o crescimento das funções visuais deve ser interpretado dentro do contexto da maturação motora. O sistema visual juntamente com o sistema vestibular, suportam a postura, o movimento, a cognição e a regulação. O controle viso motor influencia no controle postural, porque ambos estão interrelacionados.

O Conceito neuroevolutivo Bobath Contemporâneo, através da análise do movimento para a performance da tarefa, da interrelação da postura e do movimento, e do papel da informação sensorial dentro do controle motor, gerencia o aprendizado de novas posturas e estratégias de padrões de movimentos. Aliado a isso, a utilização de pontos chaves de contato para levar ao direcionamento específico do movimento, certamente produzirá mudanças no controle postural, resultando na melhora da estabilidade postural e consequentemente na função visual.

Leituras sugeridas

Appiah- Kubi, K.,& Wright, W. (2019). Vestibular training promotes adaptation of multisensory integration in postural control.

Geniale,T. (1991). The management of child with cerebral palsy and low vision-a neurodevelopmental therapy perspective.

Hess, B. J. M. (2001). Vestibular signals in self orientation and eye control.

Land, M.F.,& Tatler,B.W. (2009). Looking and acting: Vision and eye movements in natural behaviour. Oxford University Press.

Mast, Fred W., et al (2014). Spatial cognition, body representation and affective processes: The role saccades. Frontiers in Neurology, 3.

Shumway-Cook, A.,& Woollacott,M.H. (2017). Motor control: Translating research into clinical practice. Wolters Kluwer.

 

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1 responder
  1. Zósima Fontana
    Zósima Fontana says:

    Mais um Excelente artigo da Teresinha Almeida Prado, associando e integrando dois aspectos tão importantes do desenvolvimento humano. Contribuindo, de forma significativa, para o nosso melhor desempenho profissional e, consequentemente melhores resultados de nossa clínica terapêutica.

    Responder

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