Mais um Capítulo da Fonoaudiologia pelo Mundo: Austrália

Leila Hamra

Recentemente, tive a oportunidade de conversar com uma enfermeira australiana da cidade de Nyngan, que compartilhou detalhes sobre o funcionamento dos serviços de saúde no local onde trabalha. Situada no interior da Austrália, a pequena cidade enfrenta desafios comuns em regiões onde o acesso presencial a especialistas é limitado. No entanto, a tecnologia tem sido uma grande aliada nesse cenário, permitindo que atendimentos essenciais, como os de medicina, fisioterapia e fonoaudiologia, sejam realizados de forma on-line.

A enfermeira explicou que, em casos de pacientes com disfagia – distúrbio de deglutição –o atendimento fonoaudiológico também ocorre virtualmente. O fonoaudiólogo, à distância, orienta a equipe local, especialmente a enfermeira, sobre as melhores práticas no cuidado desses pacientes. Dentre as orientações principais ela cita a escolha adequada da consistência dos alimentos, o volume ideal para prevenir engasgos e as formas mais seguras para ofertar o alimento por via oral.

Esse exemplo nos leva a refletir sobre a importância de valorizarmos o serviço de fonoaudiologia no nosso país, onde contamos com profissionais capacitados nos grandes centros urbanos. No Brasil, o atendimento presencial é mais comum, o que geralmente traz maior segurança e eficácia no tratamento do paciente disfágico.

Apesar dos desafios que existem em nosso imenso país, devemos lembrar que muitos profissionais estão constantemente em busca de aperfeiçoamento.
Um exemplo disso é a presença dos fonoaudiólogos no curso básico Neuroevolutivo contemporâneo Bobath, que capacita profissionais de fisioterapia , terapia ocupacional e fonoaudiologia, para o atendimento de crianças com desordens neuromotoras. Esta formação, garante um suporte ainda mais especializado em pacientes da neuropediatria com diagnóstico de disfagia e mostra o quanto existe um esforço contínuo em busca de um serviço de excelência.

Conforme exploramos o exemplo da fonoaudiologia na Austrália, onde a tecnologia desempenha um papel crucial para contornar as limitações geográficas, somos levados a reconhecer as particularidades e vantagens do sistema brasileiro.

Sendo assim, o atendimento presencial do fonoaudiólogo, aliado à capacitação contínua desses profissionais, como no caso da formação do conceito Neuroevolutivo Bobath, levanta também esta discussão e mostra as vantagens e desvantagens entre o atendimento remoto e o presencial.

[English]
Another Chapter of Speech Therapy Around the World: Australia

I recently had the opportunity to talk to an Australian nurse from the town of Nyngan, who included details about how health services work in the place where she works. Located in the Australian outback, a rural and remote community faces challenges that are common in regions where in-person access to specialists is limited. However, technology has been a great ally in this scenario, allowing essential services, such as doctors, physiotherapy and speech therapy, to be performed online.

The nurse explained that, in cases of patients with dysphagia — a swallowing disorder that compromises the safety of the respiratory and nutritional systems — speech therapy care also occurs virtually. The speech therapist, remotely, guides the local team, especially the nurse, on best practices in caring for these patients. Among the main guidelines, she mentions the appropriate choice of food consistency, the ideal volume to avoid choking and the safest ways to offer food orally.

This example leads us to reflect on the importance of valuing speech therapy services in our country, where we have trained professionals in large urban centers. In Brazil, in-person care is more common, which generally provides greater safety and effectiveness in the treatment of dysphagic patients. Despite the challenges that exist in our immense country, it is worth remembering that many professionals are constantly seeking improvement. One example of this is the presence of speech therapists in the Bobath Basic Course in Contemporary Neuroevolution, which trains physiotherapy, occupational therapy and speech therapy professionals to care for children with neuromotor disorders.

This training guarantees even more specialized support for neuropediatric patients diagnosed with dysphagia and shows how much there is a continuous effort in the search for excellent care. When we explore the example of speech therapy in Australia, where technology plays a crucial role in overcoming geographical limitations, we are led to consider the particularities and advantages of the Brazilian system.

Therefore, the in-person care of the speech therapist, combined with the ongoing training of these professionals, as in the case of training in the Bobath Neuroevolution concept, also raises this discussion and shows the advantages and disadvantages between remote and in-person care.